quinta-feira, 26 de abril de 2018

CRIAÇÃO DO REA (roteiro do projeto)


PRODUÇÃO


Projeto elaborado: (   ) individualmente   (   ) coletivamente, com o colega: _______________
Para este trabalho propomos OS SOFTWARE E APLICATIVOS DE CRIAÇÃO do repositório da Escola Digital (http://escoladigital.org.br/), haja vista as possibilidades de criação (infográficos, vídeos, podcast/áudio, Quiz, aplicativo móvel, jogos educacionais, animação, áudio, aula digital, simulador etc) presentes para todas as disciplinas da educação básica, por anos e modalidades de ensino em um único espaço. Fica a critério a escolha do recurso.
IMPORTANTE
 ATENTE PARA: Quais aspectos pedagógicos do REA poderá contribuir no processo de aprendizagem?
O que e como o REA permitirá aprender em contexto híbrido?
Enunciado: O ponto de partida deverá ser a escolha do recurso digital a ser criado, com critérios de: comunicabilidade, navegabilidade, aspectos pedagógicos com possibilidades de aprendizagem, elabore um projeto contendo as diferentes etapas de criação.

Contexto em que será criado o REA




1 - Concepção
Como e por que a criação do REA subsidiará a aprendizagem? Qual a sua relevância no contexto em que será desenvolvido? Qual o objetivo pedagógico que se pretende atingir?




2 - Planejamento
Qual o tempo e os recursos necessários para a realização da criação do REA? Quais profissionais estarão envolvidos e qual seu papel na criação? Importante estabelecer um cronograma e definir as etapas de criação.


3 – Planejamento da roteirização
Como pretende roteirizar o REA? Qual deverá ser a participação do aluno ao estudar com o REA (atentar para questões cognitiva, interativa, hipertextual, dialógica e navegação) na construção do conhecimento?

3.1 Roteiro da criação do REA






4 – Mediação e Avaliação
Como você pretende mediar o desenvolvimento da aprendizagem? Quais elementos utilizará?




5– REA (¹Creative Commons)
Como se pretende divulgar o trabalho desenvolvido? Lembrem-se de que a divulgação é uma etapa importante do projeto na medida em que valoriza o trabalho realizado e permite que outras pessoas conheçam o que foi feito.



                                                                                                  
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¹Creative Commons – permite que software, programas, aplicativos, textos, áudios, vídeos, infográficos entre outros recursos sejam baixados e criados sob essa licença. Para mais informações consultar https://creativecommons.org/licenses/?lang=pt_BR


quarta-feira, 25 de abril de 2018

AVALIAÇÃO

   A avaliação acontecerá sob a concepção da avaliação processual-mediadora, interligada à interação, interatividade, participação, colaboração e autoria. No vir a ser (Hoffmann, 1993). Considerando:
 AB1 - participação em sala (4 pontos) e contribuições no blog (6 pontos);
AB2 - projeto norteador da produção do Recurso Educacional Aberto -REA (4 pontos), produção do REA e apresentação (6 pontos);

IMPORTANTE: 
15 de maio apresentação do REA.

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Para mais informações sobre REA acesse: https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-novidades/reportagens/recursos-educacionais-abertos-rea-o-que-sao/
INDICO A ESCOLA DIGITAL COMO ESPAÇO PARA CRIAÇÃO DO REA. Acesse:  http://escoladigital.org.br/procurar?target=development_resources






Disponível em: http://19551976.blogspot.com.br/2013/05/paulo-freire-frases-do-pensador.html


terça-feira, 24 de abril de 2018

UMA REVISÃO SOBRE O USO DAS TICS NA EDUCAÇÃO DA GERAÇÃO Z

Guilherme Passero
Nélia Elaine Wahlbrink Engster
Rudimar Luís Scaranto Dazzi

1 INTRODUÇÃO

 A evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformou substancialmente as relações sociais. Estamos cada vez mais usando dispositivos eletrônicos na interação com outras pessoas e o mundo. Embora o computador tenha trazido muitas facilidades para o mundo contemporâneo, trouxe também vários desafios. A introdução de laboratórios de informática em 80,6% das escolas públicas brasileiras é uma evidência da preocupação do governo com a inclusão digital (INEP, 2014). Apesar do interesse dos alunos pelas tecnologias e dos esforços estatais em promover a informática educativa, ainda existe muita dificuldade em incorporar as TICs à prática pedagógica (SANTAELLA, 2010). Alguns autores apontam evidências de que a exposição a TICs, principalmente antes da adolescência, pode trazer prejuízos sérios, e o uso de laboratórios de informática no ensino fundamental requer atenção (SETZER, 2014; CARR, 2011). Haja vista esse potencial negativo das TICs e a sua emergência no ambiente educacional, torna-se imprescindível estudar como utilizá-las de modo seguro e benéfico. Nesse sentido, através de uma revisão narrativa da literatura, esta pesquisa visa: (i) apresentar os efeitos negativos das TICs em crianças e jovens da Geração Z; (ii) averiguar meios potencialmente seguros para uso educacional do computador; e (iii) avaliar os desafios que a Geração Z trouxe para a prática pedagógica. O conteúdo desse trabalho foi estruturado na seguinte forma: no tópico 2 a Geração Z é brevemente caracterizada; no tópico 3 são abordados os efeitos negativos que as TICs têm causado nessa nova geração; no tópico 4 é apresentada a situação atual das TICs nas escolas e discutida a dificuldade em conciliar essas tecnologias à prática pedagógica; no tópico 5 são propostas mudanças na abordagem pedagógica perante a Geração Z; no tópico 6 sugere-se mudanças na forma como as TICs são utilizadas em casa e na escola; por fim, discute-se as contribuições desse trabalho e são apresentadas sugestões de trabalhos futuros.

2 A GERAÇÃO Z

 O exponencial aumento no uso de computadores visto nas últimas décadas deu origem a uma nova geração multitarefa, imediatista e falante da “linguagem digital". Essa geração tem sido referenciada como a "Geração Z". O Z vem do inglês “zapping” e se refere a mudar canais rapidamente quando assistimos à TV, ignorando os que não nos interessam. Essa troca constante de “canais” – de informação – é normalmente observada nessa geração (TOLEDO; ALBUQUERQUE; MAGALHÃES, 2012).
A Geração Z também tem sido chamada de “nativos digitais”, “Geração Net”, “e-generation”, “Homo sapiens digitalis”, “iGen”, “Post-Millennials” entre outros nomes. Os nativos digitais são aqueles nascidos após 1995, quando o uso da internet se intensificou no globo e começaram a fazer parte do meio infantil tecnologias como Wi-Fi, smartphones, tablets, jogos on-line e serviços virtuais de comunicação e socialização (MEIRINHOS, 2015).
O advento da Era Digital trouxe mudanças tão significativas para o ser humano que às vezes é comparado a outros grandes marcos da história, como o surgimento da linguagem e o da imprensa. As tecnologias são extensões das capacidades humanas e assim como o homem transforma seu ambiente, o ambiente transforma o homem. As tecnologias digitais estão alterando o funcionamento do homem e criando uma relação de dependência (MEIRINHOS, 2015; SANTAELLA, 2010).

3 EFEITOS NEGATIVOS DAS TECNOLOGIAS NA GERAÇÃO Z

 O processo cognitivo dos nativos digitais sofreu mudanças significativas com as novas TICs. Esse fato já é bem aceito na comunidade científica (CARR, 2011; MEIRINHOS, 2015; SETZER, 2014; TAPSCOTT, 2010; SANTAELLA, 2010). Segundo Meirinhos (2015), as novas formas de interação homem-computador “alteram o que sabemos, a forma como pensamos, a forma como vemos o mundo e como nos relacionamos, como atuamos e como aprendemos”.
Carr (2011) ratifica a importância de uma revisão das alterações cognitivas que as novas tecnologias têm causado. Também evidencia a diminuição da nossa capacidade intelectual gerada pela forma como a web é apresentada: “as pesquisas continuam a mostrar que as pessoas que leem textos lineares [preferencialmente no papel] compreendem mais, lembram mais e aprendem mais do que aquelas que leem textos salpicados com links [na internet]” (p. 177).
Ao usar o computador ou celular, somos constantemente notificados sobre o que acontece no mundo, publicações que nos envolvem, mensagens recebidas, atualizações de aplicativos etc. Esse “bombardeio” de informações digitais afeta nossa concentração e prejudica seriamente nossa capacidade de aprender. Carr (2011) classifica a web como uma “tecnologia do esquecimento”, pois obstrui nossas faculdades de raciocínio mais elevado e interrompe a consolidação de memórias de longo prazo e o desenvolvimento de esquemas mentais.
Em uma avaliação recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) sobre os resultados do exame de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), realizado em 65 países, constatou-se que países que investiram extensivamente em computadores e novas tecnologias nas escolas não tiveram melhora significativa na performance dos alunos em leitura, matemática e ciências (OECD, 2015). Woessmann e Fuchs (2004) também avaliaram os resultados do exame do PISA, edição de 2000, considerando o uso do computador em casa. Os autores constataram que a mera disponibilidade de computador no lar está significativamente associada a um baixo rendimento escolar. No entanto, verificou-se que o uso moderado do computador em casa ou na escola, quando com fins educacionais, estava relacionado a um melhor rendimento escolar.
Outro estudo (SPRIETSMA, 2012) avaliou os resultados de português e matemática do SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica (do Brasil) – e constatou uma forte relação entre a disponibilidade de laboratórios de informática na escola e um menor rendimento escolar. Diferentemente do estudo supracitado, esta constatação não considera a frequência e o modo de uso do computador.
Houve também um estudo brasileiro (DWYER et al., 2007) sobre o SAEB 2011, que concluiu que o uso intenso do computador tem diminuído o desempenho escolar. Ao considerar a classe socioeconômica, constatou que estudantes mais pobres tinham um rendimento escolar prejudicado mesmo com o uso moderado do computador.
Setzer (2014) cita esses e muitos outros estudos ao redor do mundo que demonstraram uma influência negativa do computador no rendimento escolar. Também alerta sobre alguns problemas que os nativos digitais estão sofrendo possivelmente devido a como usam as TICs (especialmente TV, video games e computador): excesso de peso e obesidade; problemas de atenção e hiperatividade; agressividade e comportamento antissocial; isolamento, depressão e medo; dessensibilização dos sentimentos; confusão de fantasia com realidade; aceleração do desenvolvimento; prejuízo para a criatividade; vício; indução ao consumismo. Para conhecer diversos estudos relacionados a esses problemas sugere-se consultar (SETZER, 2014).
Setzer (2014) defende que o uso do computador e da internet exige, para não ser prejudicial, um alto grau de conhecimento, discernimento e autocontrole inexistentes ou incipientes na infância e adolescência. Esse autor compara deixar uma criança sem supervisão ao computador com deixar essa criança em uma rua desconhecida: nas duas situações a criança está vulnerável a pessoas mal-intencionadas, locais e materiais impróprios e a gastar seu tempo excessivamente em atividades não construtivas. O autor ainda cita os estágios do desenvolvimento humano segundo a pedagogia Waldorf, ressaltando o conflito do sistema lógico-simbólico imposto pelo computador com um menor impúbere, em que o pensamento não é formal e lógico (SETZER, 2001).
Outros autores também criticam o uso do computador na educação dos jovens:

Estamos usando tecnologias computacionais porque elas ensinam melhor ou porque perdemos vontade política de consolidar uma educação adequada? (TURKLE, 1997, p. 80) Minha preocupação é de que estamos expondo os alunos a muitas versões controladas e fabricadas da realidade e não à natureza como ela realmente é. (HAYBRON, 1996, p. 8E) “[A preocupação de muitos é que] eles estão viciados em telas, viciados em internet, perdendo suas habilidades sociais, e não têm tempo para esportes e atividades saudáveis. O tempo gasto online poderia ser aplicado em esportes e conversas face a face; o resultado é uma geração de pessoas desajeitadas e gordas.” (TAPSCOTT, 2010, p. 3) 

Apesar de todos os problemas citados anteriormente, muitos autores são mais otimistas e defendem que as TICs são uma realidade do mundo contemporâneo, e a sociedade, inclusive os sistemas educacionais, precisam se adaptar. Não obstante muitos estudos associarem o computador a problemas cognitivos e sociais, ainda há necessidade de novos estudos a fim de estabelecer meios seguros de usufruir dos benefícios do computador.
As evidências até o momento não sugerem que o computador seja totalmente banido, mas que seu uso seja regulado. A Geração Z, moldada pela forma como o computador é usado hoje – que talvez não seja a mais saudável –, é um novo perfil de estudante que tem desafiado os professores. Os autores abaixo discorrem sobre a nova realidade do ambiente escolar e as expectativas dessa geração tecnológica: As redes de aprendizagem digital permitem expandir a aprendizagem escolar muito para além dos seus muros. A interação e colaboração a distância é hoje uma realidade e são necessárias novas abordagens pedagógicas para poder tirar proveito educativo da comunicação e acesso à informação virtualizada. (MEIRINHOS, 2015, p. 3) São desenvolvidas novas expectativas de liberdade, flexibilidade em relação ao momento e ao local da prática, uma necessidade de instantaneidade que se opõe às práticas culturaistradicionais.(SANTAELLA, 2010, p. 21)

As redes de computadores oferecem uma perspectiva muito diferente do computador isolado. Rompe-se o isolamento tradicional das salas de aula, abrindo-as para o mundo. Permitem a comunicação entre as pessoas eliminando as barreiras do espaço e tempo, identidade e status social. (ADELL, 1997, p. 18) A maioria das críticas se baseia em desconfiança e medo, geralmente por parte de pessoas mais velhas. Esses temores talvez sejam compreensíveis. A nova rede, nas mãos de uma nova Geração Internet tecnologicamente preparada e com uma mentalidade comunitária, tem o poder de abalar a sociedade e derrubar autoridades em várias áreas. [...] a vida como nós a conhecemosse torna diferente.(TAPSCOTT, 2010, p. 17)

4 A ENTRADA DAS TICS NA ESCOLA

 Apesar de a UNESCO (WEST; VOSLOO, 2013) recomendar o uso de celulares como ferramenta de aprendizado, a maioria das escolas brasileiras proíbe o uso do celular na sala de aula por regimento interno ou em conformidade com a legislação. Os alunos estão insatisfeitos com o “atraso” da escola e o seu relativo isolamento do mundo tecnológico. Sem o consentimento ou orientação do professor, os alunos utilizam seus celulares para “agendar suas tarefas, consultar dicionários e enciclopédias, pesquisar sobre temas que aprendem em aula, registrar lousas e quadros de aviso por meio de imagens, trocar informações com colegas e até mesmo praticarem outras línguas” (ANTONIO, 2014, p. 4).
O aumento no acesso ao computador e internet, seja na escola ou em casa, significa um aumento no acesso à informação. Santaella (2010) explica o termo “aprendizagem ubíqua” como a possibilidade de aprender sobre qualquer coisa em qualquer momento e local utilizando as tecnologias móveis conectadas à internet. No entanto, a simples disponibilidade de informação na internet não gera aprendizagem e a autora reconhece que a “aprendizagem ubíqua” não substitui, mas complementa a educação formal, informal e não formal. Assim, talvez um termo mais preciso para essa realidade seria “informação ubíqua”.
Embora 80,6% das escolas públicas brasileiras tenha laboratório de informática, apenas 46% dos professores utilizam o computador para fins educativos. Esse número é expressivo quando comparado ao levantamento de 2011, que aferiu 22% (INEP, 2014; BARBOSA, 2014). Essas e outras evidências mostram que os professores estão preocupados em incorporar as novas TICs a sua prática pedagógica e esse processo se intensificou nos últimos anos. Vale ressaltar que o aumento no uso do computador em sala de aula, de acordo com os estudos já citados, não implica necessariamente uma educação melhor.
O estudo de Sprietsma (2012) encontrou uma relação positiva entre o uso da internet pelo professor e o rendimento dos alunos. Felizmente, segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (BARBOSA, 2014), 96% dos professores de escolas públicas já usam recursos da internet no preparo de suas aulas. Contudo, além de um professor atualizado, usuário da internet, os alunos digitais querem também mudanças na prática pedagógica.

5 MUDANÇAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA 

O modelo tradicional de educação centrada no professor, onde este é o detentor da informação, não se aplica mais na Era Digital. Agora, a informação está disponível na internet e os alunos não dependem mais do professor para obtê-la. No entanto, para que a aprendizagem aconteça, a presença do professor continua sendo fundamental. Pois enquanto o aluno estiver sozinho ao computador, estará navegando num “mar" de informações dispersas, possivelmente perdido, propenso a atividades não construtivas. 
Tantos esforços em usar o computador na educação não trarão resultados se a prática pedagógica não for reavaliada. Os nativos digitais estão “famintos” por informação dinâmica e diversificada e desse modo têm desafiado a tradicional educação centrada no professor. Tapscott (2010), em um extenso estudo de caracterização das novas gerações, criou oito normas para a “Geração Internet”: 

1. Liberdade – de expressão e de escolha; 
2. Customização – das experiências de consumo, de trabalho e de educação; 
3. Escrutínio – atenção aos detalhes; 
4. Integridade – como sinônimo de lealdade e transparência; 
5. Colaboração – algo natural para a nova geração;
6. Entretenimento – essencial em todas as atividades, inclusive no trabalho e na escola: gostar do que se faz nunca foi tão importante; 
7. Velocidade – rapidez na obtenção de um bem, material (um produto) ou abstrato (conhecimento); 
8. Inovação – cultural e acontece em tempo real. 

Assim, para Tapscott (2010), o desafio para os sistemas educacionais é propiciar um ambiente de aprendizagem que valorize essas oito normas. 
Meirinhos (2015) aponta algumas abordagens pedagógicas promissoras para a educação da Geração Z: conectivismo, Flipped Classroom, autorregulação e coassociação. Essas abordagens apresentam alguns princípios em comum, entre eles a educação centrada no aluno, onde o professor atua como problematizador e facilitador e o aluno é instigado à pesquisa dinâmica e colaborativa. 
Além de mudanças na prática pedagógica, são necessárias mudanças na forma como o computador é usado pelos alunos da educação básica. Haja vista os problemas destacados por Carr (2011) e Setzer (2014), como o prejuízo à cognição e o isolamento, torna-se necessário estabelecer meios seguros de utilizar o computador de modo a potencializar o aprendizado.

6 MUDANÇAS NO MODO DE UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR 

Apesar de Woessmann e Fuchs (2004) terem encontrado uma influência negativa da presença do computador no rendimento escolar, ao aprofundar sua análise verificaram que o uso moderado do computador para fins educacionais esteve associado a um melhor desempenho em português e matemática. Na avaliação dos resultados do PISA em 2015, também se observou uma relação entre o uso moderado do computador na escola e melhor performance no exame (OECD, 2015). Essa melhora nas habilidades de intepretação e cálculo mostra que talvez, se usado de modo adequado, os efeitos negativos na capacidade cognitiva apresentados no tópico 3 são contornáveis. 
A pesquisa de Dwyer et al. (2007) também traz informações que ajudam a esclarecer os malefícios do computador. Os autores constataram que quanto mais pobre o aluno, pior a influência do computador no seu rendimento escolar. Por outro lado, alunos de classes sociais mais altas que usavam o computador moderadamente tiveram resultados positivos. Novamente, é evidente a possibilidade do uso adequado do computador associar-se a resultados escolares melhores. 
Segundo Setzer (2014), idealmente o computador deveria ser introduzido na vida do jovem somente quando este compreende todos os aspectos positivos e negativos dessa ferramenta. No entanto, abolir totalmente o computador é algo inviável na maioria dos lares, pois os computadores estão nas escolas, nas bibliotecas, na casa dos amigos etc. Desse modo, na maioria dos casos, a criança inevitavelmente entrará em contato com o computador antes de atingir a maturidade. Há de se considerar também os potenciais efeitos positivos do computador na educação já mencionados. 
Assim, Setzer (2014) sugere que o uso do computador e internet antes da maturidade seja sempre supervisionado por um adulto, que na escola normalmente será o professor e em casa os pais. O adulto suplementará o senso de autorregulação não desenvolvido na criança: orientando sobre o uso seguro do computador; gerenciando as atividades realizadas (adequadas à idade e prioritariamente educacionais); controlando o tempo gasto no computador; impedindo a interação com pessoas mal-intencionadas; e prevenindo a indução ao consumismo do marketing digital, que hoje não é devidamente regulado. 
É necessário também considerar a capacidade natural da internet de induzir ao déficit de atenção, como constatado nos diversos estudos analisados por Carr (2011). Esse problema pode ser amenizado ou eliminado com a prática de ler textos eletrônicos de modo linear, ignorando links que levariam o leitor a outras páginas e se protegendo dos “bips eletrônicos” (p. ex. avisos de mensagens e feeds de notícias) (SETZER, 2014). 
Jogos e vídeos violentos devem ser retirados da proximidade da criança e do jovem, pois sua capacidade de dessensibilização dos sentimentos traz perceptíveis consequências sociais (SETZER, 2014). Além disso, ao induzir uma zona de conforto dentro de um ambiente violento real, pode diminuir a criatividade, pois desestimula a procura por soluções para problemas comuns. 
A TV, quando sem fins educacionais, deve ser evitada nos ambientes com bebês, crianças ou adolescentes, haja vista os numerosos estudos que relacionam a TV a problemas no desenvolvimento cognitivo, maior chance de falhar socialmente, obesidade, agressividade, depressão, isolamento etc. (SETZER, 2014). 

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Este estudo identificou e discutiu algum dos efeitos que as TICs, principalmente computador e internet, causam nas crianças e jovens nativos digitais.
Apesar de tantos problemas associados ao uso das TICs pela Geração Z, o computador não pode ser considerado o vilão. O computador é uma tecnologia criada pelo homem para o homem e, por si só, não é prejudicial, é o modo que o utilizamos que determina seus efeitos. O computador deve ser usado de modo consciente, assim como qualquer outra tecnologia, de modo que seus efeitos adversos sejam superados pelos efeitos positivos desejados. 
Considerando as características e necessidades da Geração Z identificadas por Tapscott (2010), verificou-se a necessidade de uma abordagem pedagógica centrada mais no aluno e menos no professor. Ainda, foram apresentadas algumas sugestões de mudanças em como o computador é utilizado dentro do ambiente escolar e em casa, visando suplementar a falta de maturidade de crianças e jovens para o uso seguro e benéfico do computador. 
A incorporação das TICs nos sistemas educacionais é um trabalho em andamento. Sugere-se para trabalhos futuros: avaliar a implementação das abordagens pedagógicas apresentadas; estabelecer meios seguros de uso de TICs dentro e fora da escola; estudar o uso do celular dentro da sala de aula; e avaliar o impacto da proposta de regulação do uso do computador por crianças e jovens na vida escolar.


Artigo acessível em : <http://seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/viewFile/70652/40081>

Atividades Práticas


Atividades Práticas


UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA 2015.1
ELETIVA: INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA




JACKELINE JOYCE DE SANTANA SANTOS











Resenha















Maceió
2018







LITTO, FREDRIC M., FORMIGA, MARCOS. Educação à distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.


No capítulo 1 por título “A história da EAD no Mundo”, o autor Ivônio Barros Nunes começa dando uma visão geral de como a EAD se encontra. Para isso ele explica como o sistema da EAD se tornou mais qualitativo e eficiente, alcançando uma quantidade maior de pessoas. É importante destacado nessa introdução que para isso acontecer ou continuar acontecendo, se faz necessário uma equipe de profissionais bem qualificada e um arsenal tecnológico específico o qual Nunes faz menção e explica nos capítulos que virão.
O autor também tem a preocupação de mostrar aos leitores como se deu a história da EAD, algo de fundamental importância para entender a atual situação da EAD e quem sabe encontrar soluções para alguns problemas ainda existentes. A descrição da história da EAD vai de 1728, em Boston, com as aulas por correspondência ministrada por Caleb Philis, passando pelas aulas em 1928, em que a BBC promovia usando o rádio, chegando as aulas oferecidas pelas universidades, influenciadas pelos novos meios de comunicação de massa e institucionalização de vários campos da educação básica e superior. Também é descrito um panorama geral sobre o surgimento da EAD em vários países, a conhecer: Cuba, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Japão, Nova Zelândia, Rússia, Portugal, Espanha, Venezuela, Costa Rica e Inglaterra. Fica evidente que a EAD tem uma, grande e diversificada, história por trás do que vemos agora e não só em nosso Brasil, como no mundo todo.
No capítulo 2, sobre a EAD no Brasil, do surgimento ao cenário atual onde a mesma se encontra. A EAD no brasil começou com cursos de datilografia um pouco antes de 1900. Esses cursos eram de início ministrados por professores particulares, ou seja, não era vinculados a universidades como hoje. Só em 1904 foi oferecido curso numa unidade de ensino, porém, ainda continuava o ensino por correspondência. Já em 1923, a educação via rádio ganhou espaço após a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. A rádio, diferente dos cursos de datilografia, foi ministrada em uma escola superior. A educação via rádio, segundo o autor, foi o segundo meio de transmissão do saber a distância. Além dessas formas e meios, o autor cita mais dois: o cinema educativo e a Tv educativa.
Com a chegada dos computadores e da internet aqui no Brasil, muita coisa mudou, e isso o autor explica no tópico, por título “Os novos cenários em função dos computadores e da internet” do capítulo 2, deixando claro, porém, que ainda se faz necessário muitos avanços em relação a essas tecnologias.
No capítulo 3, por título O atual cenário internacional da EAD, de Fredric Michael Litto, o autor começa mostrando alguns modelos de EAD que surgiram internacionalmente. Pontuando suas variáveis como: formas de ensino, formas de aprendizagem, necessidades especiais e a EAD, entre outros. Uma parte que me chama a atenção é o tópico onde se fala sobre necessidades especiais. O autor explica que devemos olhar para esses alunos também, até por que em todo o país tem pessoas com necessidades especiais e elas tem dificuldades de se deslocar muitas vezes, a EAD pode ser uma opção para ajudar essas pessoas na sua formação.
Já no capítulo 4, sobre “A legislação que trata da EAD” do autor Candido Alberto da Costa Gomes, o autor explica e mostra a legislação da EAD e suas mudanças ao longo dos tempos. O autor mostra quando a EAD foi estabelecida como uma modalidade de educação e tudo que teve que enfrentar para se consolidar nesse meio. Passando por muita desqualificação e desempasses. A EAD mesmo tendo passando-se tanto tempo ainda enfrenta muitos problemas, nessa consolidação do seu espaço e de reconhecimento.
Em suma, é muito enriquecedora a leitura dos quatro primeiros capítulos do livro: Educação à distância: o estado da arte (2009). Ela nos mostra que a EAD foi construída ao longo dos tempos com muito esforço e que não apenas no Brasil mais em todo o mundo. Mesmo com muitos ganhos ainda precisa ser mais reconhecida e investida. Para que venha cada vez mais alcançar mais estudantes e de modo mais eficiente.




segunda-feira, 23 de abril de 2018

REA RECURSO DIDÁTICO PARA EJA

Resultado de imagem para caderno de coleção do EJA com licençaResultado de imagem para caderno de coleção do EJA com licençaUniversidade Federal de Alagoas Resultado de imagem para caderno de atividades eja AbertaResultado de imagem para caderno de coleção do EJA com licença

CENTRO DE EDUCAÇÃO

Disciplina: Introdução  de Educação a Distancia

Marilene Bento Da Conceição Silva



COLEÇÂO CADERNO DO EJA
 Caderno Metodológico para o professor Alunos do primeiro (1ª a 4ª) e segundo segmentos (5ª a 8ª séries) de EJA. 1 caderno metodológico: com orientações para os professores de EJA para uso da coleção, enfocando a articulação das atividades com o mundo do trabalho, a concepção que norteia a organização dos temas e indicações de uso do material. Características do material A principal característica da Coleção Cadernos de EJA é ser um apoio aos professores dessa modalidade nas suas atividades diárias, sem ser livros didáticos estrito senso, utilizados segundo uma seqüência predeterminada. Com isso a coleção reforça a importância do papel do professor no planejamento e organização do percurso formativo dos seus alunos, contribuindo de maneira atraente e inovadora com esse processo. Além dessa característica outras podem ser destacadas tais, como: P estimular a construção da autonomia e da cooperação, cultivando valores essenciais como a solidariedade e o respeito às diversidades; P textos escolhidos para despertar o interesse de pessoas de diferentes faixas etárias, grupos étnico-raciais, culturas regionais e níveis sociais, com uma iconografia dos cadernos que traz ilustrações, mapas, fotos e infográficos; P ter um caráter flexível, cujo uso dependa da opção do professor – tanto na temática quanto nos textos e atividades propostas – em função da realidade em que atua e do nível que sua turma de EJA se encontra; Os Cadernos de EJA e a leitura Uma simples olhada nos “Cadernos do Aluno” permite constatar que o plano intertextual é a tônica. Ao tratar do mesmo tema em todos eles, as citações de outros textos são inevitáveis e muito positivas. Como encontramos, nas salas de EJA, alunos com diversos graus de capacidade leitora, trabalhar a leitura é função do professor que, quando atua como mediador, incentiva a sala a manifestar suas impressões sobre o texto e, assim, cria um clima amistoso em que o conhecimento de mundo de cada um se transforma em saber

 Português UM famoso verso de Milton Nascimento pode traduzir muito claramente a concepção utilizada para as atividades de Língua Portuguesa nos cadernos de EJA: “Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver”. Os jovens e adultos que, por inúmeros motivos, deixaram de freqüentar o estudo considerado “regular”, por certo trilharam caminhos nem sempre suaves no exercício de aprender a viver. A escola da vida mostra a necessidade de voltar para a sala de aula e, por isso, tanto ensinar quanto aprender assumem, nas classes de EJA, um caráter estreitamente vinculado à realidade. Forjados no braço, esses cidadãos-alunos não dão espaço para a artificialidade da escola: querem-na – e com razão – como um espaço para construção de novos sentidos para o existir. Essa concepção de ensinar para refletir sobre o viver perpassa todas as atividades dos cadernos de EJA. O tema central, vinculado ao trabalho, dá o mote para transformar as experiências de leitura e de produção de textos em momentos muito honestos de efetiva interação entre leitor, texto, professor e mundo. As histórias de vida, por certo muito ricas, são consideradas trampolim para ampliar a produção de sentidos no exercício de ler e de escrever. As reflexões epilingüísticas e metalingüísticas vinculam-se a necessidades reais de aprendizagem e, quase sempre, convidam o educando a participar de um processo lúdico que busca acentuar a reflexão sobre o ato de aprender e de posicionarse no mundo. Pretende-se, assim, uma educação comprometida com o desenvolvimento do pensamento autônomo e crítico. Nesse sentido, todo o esforço metodológico resume-se no exercício da liberdade, da imaginação e da revelação de talentos para aprender a conhecer e aprender a fazer e, assim, formar cidadãos críticos por meio de reflexões sobre a língua, seu uso e seus poderes. Matemática


A  atividades de Matemática buscampromover uma relação entre os saberes adquiridos nas experiências fora da escola e aquelas que serão desenvolvidas no processo escolar. Os jovens e adultos da EJA, apesar de terem pouca ou nenhuma experiência escolar, pensam, falam e operam por meio de diferentes linguagens, inclusive a linguagem matemática. De modo geral, estes jovens e adultos fazem cálculos mentais, mas revelam pouca experiência de leitura e escrita. Compreendemos que, no processo escolar, ler e escrever [é] compromisso de todas as áreas. Neste caderno, conceitos e linguagem matemática foram usados como ferramentas para compreensão dos textos. O objetivo é a leitura dos textos buscando possibilitar que os próprios estudantes expressem suas interpretações acerca deles. Neste sentido, a transposição de uma forma de linguagem para outra – da linguagem oral para a escrita matemática, de um gráfico para a linguagem oral, da escrita para um esquema ou para um gráfico etc. – são movimentos que oportunizam aos alunos o progressivo domí- nio da leitura, da escrita e da Matemática. O importante é que o estudante possa experimentar suas próprias formas de expressar seu pensamento. A problematizarão de situações do cotidiano mobiliza os estudantes para a aprendizagem. Assim, os educandos são convidados a formular e resolver problemas apresentados pelo texto relacionando-os com suas próprias situações cotidianas e do mundo do trabalho. Buscamos, sempre que possível, re-significar conceitos, procedimentos e algoritmos matemáticos, situando-os histórica e culturalmente. Aqui, a matemática não se resume aos cálculos numéricos: ela organiza, classifica e apresenta informações quantitativas e/ou qualitativas, segundo princípios definidos pelos estudantes. A tarefa do professor, na mediação das atividades, também é ativa, sendo convidado a mobilizar os saberes prévios dos alunos, contextualizando e problematizando a temática em foco. As atividades serão, então, recriadas pela relação pedagógica. Como o material chegará a Escola? Esse material será entregue impresso e em CDs. Esses CDs vão ser distribuídos juntamente com um exemplar impresso para todas as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação do Brasil. A meta é que o material possa ser disponibilizado para todos os alunos, mas isso vai depender do interesse, da colaboração e dos recursos disponíveis nas Secretarias de Educação dos Estados e Municípios para poder fazer a reprodução do material. Todas as escolas que oferecem educação de jovens e adultos, segundo o censo escolar, receberão um conjunto do material, possibilitando que os professores da equipe o conheçam, discutam entre si sua melhor utilização e com a Secretaria de Educação a possibilidade de reproduzi-lo para todos os alunos e professores. Além disso, todos os materiais que são do MEC estão disponíveis no site do Ministério da Educação (www.mec.gov.br). Como ele é de livre reprodução, simplesmente pode se fazer uma licitação com alguma gráfica para que reproduza o material. boa parte dos alunos de EJA.




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